SIREE: Estamos preparados para coletar e reciclar o lixo tecnológico?

O cenário é o seguinte: a indústria e suas representatividades afirmam em uníssono que a lei não pode forçar aos fabricantes-comerciantes metas graduais de coleta de equipamentos eletro-eletrônicos. O argumento é que o setor produtivo não pode ser responsabilizado por uma meta que precisa da ação dos consumidores:

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Curioso notar como a indústria eletrônica se gaba de ser criativa ao desenhar e desenvolver novos produtos e, também, criar novas necessidades, mas aparentemente não é tão inventiva para pensar em meios de motivar consumidores a descartarem adequadamente os eletro-eletrônicos em desuso, nem como coletar equipamentos Brasil adentro, sendo que os mesmos foram vendidos em cada canto de nosso continental país.

Os administradores público em geral não tem o discurso tão alinhado assim, mas em linhas gerais, acreditam que mecanismos jurídicos, sistemas de fiscalização incentivadores das práticas preventivas ambientais, punições, diálogo setorial e educação ambiental serão imprescindíveis para o sucesso da PNRS. O destaque é a medida unânime que o modelo só será eficiente através de um acordo setorial, devidamente mediado pelo Poder Público, tal como feito com casos de sucesso como as de embalagem de agrotóxicos e dos pneus. A principal diferença é a questão da reutilização: alguns a defendem e outros nem mencionam o tema.

As recicladoras divergem em seus discursos: defesas de exportação e mundialização dos processos de reciclagem de eletrônicos das multinacionais atuantes no país e na região, enquanto alguns empreendedores defendem a criação e o incentivo de tecnologia de reutilização e recuperação de recursos dos resíduos eletrônicos. A origem das empresas do setor são diversas também: de ferro-velhos a mineradoras chinesas, passando por indústrias químicas de metal e cooperativas. O corte analítico para definir o setor de reciclagem acaba por juntar diversos tipos de negócios que trabalham com diferentes conhecimentos e objetivos no tratamento e ou recuperação de recursos a partir de produtos altamente manufaturados como os eletrônicos. A situação fica ainda mais caótica quando se tenta integrar, na participação decisória e no ciclo reverso dos eletrônicos, quando

O fato é que o já antigo em alguns aspectos, ainda novo em outros e desarticulado setor de reciclagem e recuperação de materiais não cabe ser somente normatizado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. As iniciativas criativas nacionais tanto de desmontagem e triagem, como de reciclagem e o crescente interesse internacional de atuar em nosso país demonstra claramente que esse mercado crescerá e muito nos próximos anos.

O momento político é de definição e propício para a resgate histórico de uma Política Nacional que ficou mais de 19 anos em gestação. Qual gestão de resíduos eletro-eletrônicos teremos? Como serão definidas os deveres na responsabilidade compartilhada? Como será a integração com os outros países latino-americanos? Enquanto isso, a sociedade civil presente continua sem uma resposta clara de como descartar adequadamente seus aparelhos eletrônicos, muito menos onde.

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